Policial suspeito de roubo de veículos é morto em confronto com a PM em Tucano

O policial Kaio Wilker de Araújo Brito, da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), foi morto a tiros na manhã de ontem (18), na BR-116 Norte altura do povoado de Tracupá, município de Tucano.

Segundo informações da Policia Militar, ele foi alvejado “após entrar em confronto com viatura da PM que tinha montado uma barreira no município de Tucano. O objetivo da barreira era para tentar capturar e prender o referido policial após ter tomado de assalto o veículo Prisma, de cor preta, na cidade de Euclides da Cunha e alvejado um homem que tinha colocado uma motocicleta à venda na OLX, pois não obteve êxito no roubo deste veículo. Não bastasse isso, no instante do confronto com os policiais de serviço, o citado PM ainda alvejou uma segunda pessoa, desta vez o motorista de um outro veículo, que passava pelo local.”

Imagens de câmera de segurança flagraram o momento do roubo ao Prisma, realizado ontem (18).

Kaio Wilker ainda foi socorrido para um hospital, mas não resistiu.

Vítimas

De acordo com o major Lobão, da 67 ª Companhia Independente, onde o policial era lotado, Kaio Wilker já vinha sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar em um inquérito, que apurava a venda de um veículo Touro, a outro policial da cidade de Irará, que teria sido fruto de roubo e teve os documentos falsificados.

“Nós já tínhamos conhecimento de um fato ocorrido no mês de março deste ano, em que o policial de Irará comprou um veículo na mão do soldado Wilker, como se fosse de procedência de leilão, só que não era. Foi visto na relação do leilão um Touro, mas se pegou outro carro roubado, foi raspado o chassi e falsificaram a baixa do Detran e a nota fiscal. Ele vendeu esse veículo para o policial de Irará. O veículo ficou estacionado na frente do 1º Beic, e os policiais notaram que aquele veículo ficou ali alguns dias, então esvaziaram os pneus, para quando fossem pegar o carro, eles verem a hora. Quando o policial de Irará foi pegar, foi acionada uma guarnição e conduziu o policial de Irará para a delegacia. Chegando lá, ele declarou que tinha comprado esse carro na mão de Kaio Wilker. Foi instaurado pela Corregedoria um inquérito para apurar os fatos, e esse procedimento ainda está em curso”, informou.

Ainda segundo ele, ontem o policial Kaio Wilker havia feito três vítimas, em diversas ações de roubos ocorridas em diversas cidades.

“No dia de ontem, tivemos a infelicidade de ver um vídeo onde um elemento de camisa azul, aponta a arma para uma senhora e uma criança que vinham trafegando em um Siena, determina que desçam do veículo e sai. Todas as pessoas consultadas por nós deram a confirmação de que o elemento era Kaio Wilker. No decorrer da fuga dele de Euclides, ele parou em Araci e tentou passar para outro veículo, mas houve a resistência por parte do proprietário do carro e este foi baleado. Ela já tinha feito uma primeira vítima, que foi o proprietário de uma moto, que tinha anunciado na OLX a venda da moto. Ele queria dar uma volta na moto, e o proprietário não deixou e ele o baleou na barriga, segundo declarações da vítima. Depois fez o roubo desse Siena, em Araci fez a segunda vítima, e ainda tem uma terceira vítima que nós não sabemos as circunstâncias. Houve a comprovação do soldado Kaio Wilker em todo aquele fato”, relatou.

Boa conduta

Conforme o Major Hildon Lobão, Comandante da 67ª CIPM, apesar de todos esses acontecimentos, a conduta do soldado da PM Kayo Wilker era correta dentro do quartel e não aparentava práticas fora do juramento.

“Eu tenho 35 anos de polícia, entrei na PM em 21 de janeiro 1986 e formei em 19 de dezembro de 88, então eu tenho uma larga experiência de comando de Companhia e de lidar com a tropa. Gosto de viver a operacionalidade da Polícia Militar. E toda característica de todo policial que tem conduta desviada da retidão, da lei e do regulamento interno da Polícia Militar, dentro do quartel se apresenta como ordeira, educada, disciplinada. Nunca vi policial que tem conduta errada fora do quartel, dentro do quartel aparentar qualquer comportamento que não seja o de agradar, de dedicado e obediente. E na 67 CIPM o comportamento dele era o mesmo”, disse o comandante ao Acorda Cidade.

O Comandante lamentou toda a situação, e ressaltou que nos dias de hoje é muito difícil ser um policial correto, honesto, que tem na sua mente e no seu coração a vontade servir ao juramento.

“A corrupção hoje e as ofertas de facilidades, traduzidas em dinheiro de graça, são muitas. E o policial hoje tem que ter uma base familiar muito forte, um coração contrito, uma personalidade e um caráter blindado para não se permitir querer aquilo que ele não pode. O que leva o ser humano a entrar no mundo do crime é a insatisfação com ele próprio, com o que Deus permitiu que ele tivesse”, salientou.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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